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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Emílio Garrastazu Médici

Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Em 25 de outubro de 1969, Emílio Garrastazu Médici foi eleito presidente da república por uma sessão conjunta do Congresso Nacional, obtendo 293 votos, havendo 75 abstenções. Tomou posse no dia 30 de Outubro de 1969, prometendo restabelecer a democracia até o final da sua gestão. No entanto, seu governo foi considerado o mais obscuro e repressivo de toda a história do Brasil independente. A guerrilha urbana e rural foi derrotada durante sua gestão, permitindo que seu sucessor Ernesto Geisel iniciasse a abertura política. As denúncias de tortura, morte e desaparecimentos de presos políticos que ocorreram na década de 1970 provocaram embaraço para o governo brasileiro no cenário internacional. O governo atribuiu as críticas a uma campanha da esquerda comunista contra o Brasil.
No campo político, o governo Médici se destacou pela eliminação das guerrilhas de esquerda rurais e urbanas. A repressão às manifestações populares e à guerrilha (para alguns, terrorismo) ficou a cargo do ministro do Exército Orlando Geisel. Médici, ao contrário dos presidentes anteriores no regime militar (Castelo Branco e Costa e Silva), não cassou mandato de nenhum político.
Nas duas eleições ocorridas durante seu governo, a Arena saiu amplamente vitoriosa, fazendo, em 1970, 19 senadores contra 3 do MDB, e, em 1972, elegendo quase todos os prefeitos e vereadores do Brasil. Eram proibidas manifestações populares e reivindicações salariais por trabalhadores.
Os três ministros mais importantes de seu governo, e que tinham grande autonomia, eram Delfim Neto, que comandava a economia, João Leitão de Abreu, como coordenador político, e Orlando Geisel, que comandava o combate à subversão.
O seu governo também ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1973, passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.
Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de propaganda associando patriotismo com apoio ao regime militar, e o fato de ter feito o senador, ex-participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro durante o Estad Novo e a era Vargas, Filinto Müller, presidente do Congresso Nacional e da Arena.
Data da época deste governo a famosa campanha publicitária cujo slogan era: "Brasil, ame-o ou deixe-o" inspirada no dístico conservador americano "Love it or leave it".
Foi o período durante o qual o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro": crescimento econômico recorde, inflação baixa e projetos desenvolvimentistas como o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, a Perimetral Norte, a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói, e grandes incentivos fiscais à indústria e à agricultura foram a tônica daquele período. Assim os ministros mais famosos do governo Médici foram os da Fazenda, Delfim Netto e dos Transportes, Mário Andreazza, além de Jarbas Passarinho, por causa do Mobral. Nessa época, também foram construídas casas populares através do BNH. O Milagre Econômico começou a entrar em crise, já em 1973, com a crise do petróleo de 1973.
No seu governo, concluiu-se o acordo com o Paraguai para construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, à época a hidrelétrica de maior potência instalada do mundo. No campo social, foi criado o Plano de Integração Social (PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos serviços de saúde até então concedidos aos trabalhadores rurais.

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